2009/02/11

Poverelli

Passei alguns dias com uma comunidade de franciscanos, dos Frades Franciscanos da Imaculada. Apesar de ter sido só 3 dias, foram três dias de muita oração. Levantavamos às 5:30 para rezar o Ofício, que era seguido de um terço, e depois a missa. O pequeno almoço era por volta das 8:00. Depois disso havia umas quantas horas de trabalho, que ora se passavam em silêncio ora em oração em comum (enquanto se trabalhava). Pelo que me contaram, os postulantes aproveitam essas horas de trabalho alguns dias por semana para ter aulas (de italiano, latim, catequese, música, e teologia franciscana). Depois do almoço havia uma hora para a sesta. À tarde havia expsoiçãodo Santíssimo, tinha-se mais um terço, e rezava-se o hora do Ofício correspondente. O tempo que decorria entre o final da oração comunitária e o jantar era passado ou com trabalhos pendentes ou com estudos. Depois do jantar, rezava-se as Completas e após isso tinha-se o chamado "grande silêncio" até às 22:30, que era à hora a que se apagavam as luzes.

O silêncio imperava dentro do clausto, fora o toque do sino para dar sinal de quando nos deveriamos reunir, e o os ruídos normais de quem trabalha. Nesse silêncio exterior é que uma pessoa realmente percebe o quanto tem de barulho interior.
Como me disseram, os franciscanos raramente comem o mesmo prato duas vezes :-D Como dependem de esmolas, come-se o que lhes foi oferecido, portanto há sempre variedade. Embora tenham uma pequena reserva dessa comida que lhes é oferecido, já lhes aconteceu várias vezes ter que ir até à aldeia mais próxima mendigar comida.
Os franciscanos têm mesmo uma vida muito frugal, e de penitência. Confortos, que eu visse, não havia nenhuns. O convento era bastante pequeno e humilde (só a zona das visitas e a capela eram as zonas mais "ricas"); mesmo as celas eram bastante pequenas. Na minha apenas havia uma cama bastante simples de estrado de madeira e um colchão de espuma (mas diga-se que nunca passei uma noite mal dormida), um pequeno banco de madeira (de certeza fabricado pelos frades), e um pequeno móvel de madeira; suponho que nas restantes celas era o mesmo.

Gostei bastante do tempo dado à oração, à forma como celebravam a liturgia, do facto de haver bastante canto gregoriano, e também do papel que a Providência tem na sua vida. Mas por algum motivo, não senti o mesmo tipo de ligação que senti como quando estive com os Discipulos. Dessa vez houve algo que fez "clique", que disse "aqui sim". Quiça, as circunstâncias actuais me tivessem baixado os ânimos. De qualquer maneira, terei que voltar a visitar os Discipulos para confirmar se realmente é para ali que Deus me chama. Mas quando fôr a Fátima hei-de aproveitar para dar um pulo à comunidade dos frades lá existente nem que seja só para dizer olá.

Fica aqui um video que encontrei filmado na capela no dia de entrada dos postulantes:


Aproveito e dou-vos também o link para a página "Mariana" dos frades: Air Maria

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