2009/12/28
Santos Inocentes
Ó Virgem Pura
Esta é uma das minhas canções favoritas sobre Maria. Acho que ainda vem a tempo para celebrar a Imaculada Conceição. Mais vale tarde do que nunca! :-P
2009/12/27
Divina Liturgia - Parte 1
2009/12/01
«Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.» (Mat 3,3-4)
2009/11/27
Dança da Morte
Aonde vais, caminhante, accelerado?
Pára...não prosigas mais avante;
Negocio, não tens mais importante,
Do que este, á tua vista apresentado.
Recorda quantos desta vida tem passado,
Reflecte em que terás fim similhante,
Que para meditar causa he bastante
Terem todos mais nisto parado.
Pondera, que influido d'essa sorte,
Entre negociações do mundo tantas,
Tão pouco consideras na morte;
Porem, se os olhos aqui levantas,
Pára...porque em negocio deste porte,
Quanto mais tu parares, mais adiantas.
por Padre António da Ascenção
Natal?
2009/11/26
- Por "não entender nada" suponho que ele quis dizer "não entender o que é dito verbalmente". E, de facto, eu não entendi quase nada do que foi dito (fora uma frase ou outra) devido à Divina Liturgia ter sido toda em Ucraniano. Mas será que uma pessoa só entende a Liturgia pelo que é dito verbalmente? No dia-a-dia só entendemos os outros pelo que eles nos dizem verbalmente? Não, nós não comunicamos só assim; comunicamos também por gestos, por sinais. A Liturgia - especialmente a Divina Liturgia e a Missa Gregoriana - são muito ricas em símbolos. Cada gesto está carregado de grande significado; nada é deixado ao acaso. Uma pessoa que viva a sua fé e que tenha uma boa catequese percebe [neste caso uso deliberadamente o verbo perceber, e não entender, por questões etimológicas] o que se está a passar. Nós não somos apenas seres espirituais presos em prisões materiais (isto é platonismo, não cristianismo); somos também seres corporais/materiais. O que fazemos com o nosso corpo afecta a nossa alma. A Liturgia interage com os nossos sentidos: escutámos a Palavra; tocámos/provámos o Corpo de Cristo; cheirámos o incenso; vêmos os gestos que o presbítero e a congregação - a nossa corporalidade (se é que essa palavra existe) é que nos permite interagir com o divino. Dizer que ir a uma Liturgia não vale a pena se não percebermos o que é dito é ter uma visão muito limitada da "experiência eucaristica".
- A questão do saber o que se está a passar leva também a perguntar: porque vamos à missa? Ouço muitas vezes comentários do tipo "não senti nada nesta missa" ou "não consegui trazer nada desta missa" ou outros quantos do mesmo género. E pergunto-me se por acaso a mentalidade do consumismo não nos afectou a tal ponto de até considerarmos a Liturgia como um produto. Fica-se com a sensação de que as pessoas querem uma Liturgia à sua medida e que se não se sair de lá com alguma coisa que então não valeu a pena (curiosamente, na Quarta-feira de Cinzas e Domingo de Ramos - dias em que se recebem sacramentais para trazer para casa - encontro sempre mais gente na Missa do que o costume; coincidência?). Verdade é que na Liturgia recebemos a Palavra e Corpo de Cristo, e que estas servem para nos alimentar, mas não é necessariamente por nós que vamos, mas sim pelo Senhor nosso Deus. A Liturgia é um acto cujo foco é exterior a nós, não interior. Se não estámos ali como um só corpo essencialmente para louvarmos a Deus, o que estámos lá a fazer? A quem estámos a prestar culto? A Deus ou a nós mesmos? Ir à missa é mais do que ir por sentimentos piedosos ou para nos sentirmos bem consoco mesmos (até porque Cristo põe o dedo na ferida e desinstála-nos do nosso bem estar, do nosso contentamento conosco mesmos); é irmos mesmo que não nos aptece ou nos sintámos tépidos porque sabémos que devemos lá estar. E devemos lá estar se professamos amar a Deus sobre todas as coisas.
Por hoje deixo estes pensamentos.
2009/11/20
Maravilhar-se
2009/11/19
Ideias soltas
2009/11/18
2009/11/09
Acreditas?
2009/11/07
Qualquer semelhança é pura coincidência...
Thérèse
De qualquer maneira, recomendo vivamente tanto o filme como a auto-biografia desta minha querida Teresinha.
2009/10/30
Lembrete
2009/10/29
Identidade Cristã
Qual é a nossa identidade enquanto Cristãos? Etimologicamente identidade está relacionado com o conceito de igualdade, no sentido de permanência. Temos aqui um primeiro passo na descoberto do que é a identidade Cristã.
É algo que eu defino; é subjectivo? Se sim, não implicaria isso múltiplas identidades? Não significaria que existem tantas identidades quanto membros do Corpo? Mas o Corpo é um só, e a sua identidade é única. Assim sendo, se nós não definimos a nossa identidade Cristã, donde vem ela? Talvez as Escrituras nos possam iluminar quanto a este assunto.
Cristãos são os membros que formam o Corpo Místico de Cristo. O Corpo é um todo, é uno com a cabeça que é Cristo Jesus. É ele que dá Vida ao Corpo. Talvéz por este motivo os Apostolos exortam os fiéis a serem "de uma só mente, um só coração" (1 Pedro 3,8; Fil 2,2; 2 Cor 13, 11). Esse Vida é transmitida aos membros individuais através do Corpo. É o Corpo que dá Vida aos membros; esta Vida é o próprio Cristo, que nos chega por meio do Espírito Santo agindo e animando o Corpo. Se somos um só Corpo, somos um com a Cabeça - o Cristo - e Cristo Jesus não está dividido, mas é integro. Portanto, a nossa identidade vem d'Ele. A nossa identidade Cristã é o próprio Jesus Cristo. Porque Ele é Deus, e porque Deus é constante e imutável, assim a nossa identidade não pode alterar. Poderá existir uma panóplia de manifestações exteriores desta identidade (como evidenciam as tradições ricas das Igrejas Ocidental e Orietais, assim como dentro dessas mesmas tradições), mas o seu cerne, a sua fonte é a imutável Rocha da Salvação.
2009/10/19
Oportunidade de oração
2009/10/16
Oração de S.to Efrém da Síria
O Lord and Master of my life,
Grant not unto me a spirit of idleness,
of discouragement,
of lust for power,
and of vain speaking.
But bestow upon me, Thy servant,
the spirit of chastity,
of meekness,
of patience,
and of love.
Yea, O Lord and King,
grant that I may perceive
my own transgressions,
and judge not my brother,
for blessed art Thou
unto ages of ages.
Amen.
2009/10/12
Maternidade de Maria
2009/10/09
Nossa Senhora da Vitória
2009/09/30
Pensamento do dia
2009/09/29
Mais de St. Irenaeus Ministries
2009/09/25
Têmporas
Hoje é o 2º dia das Têmporas de Setembro. Só há relativamente pouco tempo é que soube o que são as Têmporas. As Têmporas são uma tradição da Igreja Romana já bastante antiga; crê-se que terão surgido com a conversão dos povos pagãos, embora estejam intimamente ligado aos primórdios da Igreja e a sua herança Judaica. As Têmporas são como uma espécie de mini-Quaresma: são dias de jejum, oração, e esmola. Existem 4 Têmporas durante o ano:
- Têmporas do Advento (depois da festa de Sta. Lúcia)
- Têmporas da Quaresma (na semana seguinte à Quarta-feira de Cinzas)
- Têmporas de Pentecostes (depois de Domingo de Pentecostes)
- Têmporas de Setembro (depois da festa da Santa Cruz)
2009/09/23
A primeira vez
Passagens
Fomos colegas durante muitos anos; éramos apenas conhecidos. Mas neste último ano e meio, depois de muitos anos sem convívio, começamos a ser realmente amigos. E de repente isso também acabou.
A sua passagem faz-me perguntar se cheguei a ser um bom amigo. Estes momentos assim servem quase como um balde de água fria. Relembram-nos que temos de Viver...
Adeus Mil. Requiscat in pace.
2009/09/05
Mini-série
2009/09/04
A Casa dos Mortos
Como sempre, Dostoyevsky oferece-nos uma visão da psicologia por detrás das suas personagens. Aleksandr Petrovich (o personagem principal/narrador) é da nobreza russa, e é condenado a 10 anos de trabalhos forçados num campo penal pelo assassínio da sua mulher. Essencialmente, o livro só descreve o primeiro e último ano passados no campo (a justificação dada pelo narrador é de se "ter esquecido" dos restantes). Somos confrontados com as condições do campo penal e da vida dos prisioneiros. Inicialmente a única coisa que ocorre ao Aleksandr é o horror e o desespero de ter de passar "uma eternidade" com gente que desconhece, que lhe é hostil pelo simples facto dele ser da nobreza, e da vida desperdiçada atrás das paredes do campo. Mas com o passar dos anos, vai-se apercebendo que debaixo das máscaras que os outros prisioneiros aparentam, que existe vida, que existem pessoas de verdade. Inicialmente o seu estado de espírito impede-lhe de ver a realidade, mas com o passar dos anos, com a convivência, o espírito dele vai-se convertendo. Tenta ir percebendo o que de facto vai na alma daqueles homens a que o destino o uniu, e aos poucos vê-se obrigado também a olhar para o seu interior. Chegado ao fim, quase se nota uma certa tristeza em deixar para trás certas pessoas, sem saber do seu destino.
É neste mundo de dor e sofrimento que ele aprende o valor da humildade, que aprende o valor de viver, e ao sair dá prisão sente que realmente ressuscitou de entre os mortos.
De facto o livro não deixou nada a desejar. Fyodor nunca deixa de transmitir, embora de forma sublime, a mensagem do Evangelho nas suas obras. Como disse um conhecido meu há tempos: os livros dele quase que servem de leitura espiritual.
2009/08/29
Uma santa morte
2009/08/26
Ladainha da Humildade
2. Cristo, tende piedade nós.
1. Senhor, tende piedade de nós.
2. Jesus manso e humilde de coração: ouvi-nos.
1. Jesus manso e humilde de coração: atendei-nos.
2. Jesus manso e humilde de coração: fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.
1. Do desejo de ser estimado, livrai-me, Jesus!
2. Do desejo de ser amado, livrai-me, Jesus!
1. Do desejo de ser buscado, livrai-me, Jesus!
2. Do desejo de ser louvado, livrai-me, Jesus!
1. Do desejo de honrado, livrai-me, Jesus!
2. Do desejo de ser preferido, livrai-me, Jesus!
1. Do desejo de ser consultado, livrai-me, Jesus!
2. Do desejo de ser aprovado, livrai-me, Jesus!
1. Do desejo de ser adulado, livrai-me, Jesus!
2. Do temor de ser humilhado, livrai-me, Jesus!
1. Do temor de ser desprezado, livrai-me, Jesus!
2. Do temor de ser rejeitado, livrai-me, Jesus!
1. Do temor de ser caluniado, livrai-me, Jesus!
2. Do temor de ser esquecido, livrai-me, Jesus!
1. Do temor de ser ridicularizado, livrai-me, Jesus!
2. Do temor de ser escarnecido, livrai-me, Jesus!
1. Do temor de ser injuriado, livrai-me, Jesus!
2. Que os outros sejam mais amados do que eu – Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
1. Que os outros sejam mais estimados do que eu – Ó Jesus, concedei-me a graça de
desejá-lo!
2. Que os outros possam crescer na opinião do mundo e que eu possa diminuir – Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
1. Que aos outros seja concedida mais confiança no seu trabalho e que eu seja deixado de lado – Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
2. Que os outros sejam louvados e eu esquecido – Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
1. Que os outros possam ser preferidos a mim em tudo – Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
2. Que os outros possam ser mais santos do que eu, contanto que eu pelo menos me torne santo como puder – Ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!
Ó Maria, Mãe dos humildes, rogai por nós!
São José, protetor das almas humildes, rogai por nós!
São Miguel, que fostes o primeiro a lutar contra o orgulho e o primeiro a abatê-lo, rogai por nós!
Ó justos todos, santificados a partir do espírito de humildade, rogai por nós!
ORAÇÃO
Ó Deus, que, por meio do ensinamento e do exemplo do Vosso Filho Jesus, apresentastes a humildade como chave que abre os tesouros da graça (cf. Tg 4,6) e como início de todas as outras virtudes – caminho certo para o Céu – concedei-nos, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, a mais humilde e mais santa de todas as criaturas, aceitar agradecendo todas as humilhações que a Vossa Divina Providência nos oferecer. Por N. S. J. C. que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Amém.
(Cardeal RAFAEL MERRY DEL VAL, Secretário de São Pio X)
2009/08/25
Assim vale a pena!
2009/08/22
Medo de amar
Nosso Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, tende misericórdia de nós e salvai-nos.
2009/08/18
Problemas de identidade
Como é que um Cristão persevera no mundo actual, quando o mundo à sua volta se tornou tão hóstil, mesmo que de forma súbtil, à sua maneira de ser? Como é que se sobrevive às agressões, ao desgaste, e a mil e uma provações, no meio disto tudo? Como sobrevive num mundo onde não há sinais familiares, onde não se reconheça a si mesmo, onde não tenha uma identidade?
Perseverar na oração, fé em Deus, etc., dirão alguns. E é verdade que isto são os meios, mas creio que é uma visão parcial do problema. É uma visão individualista. O Cristianismo não é apenas um "binómio": Deus e eu; é um "trinómio": Deus, eu, e o outro. Eu, por mim só, não formo o Corpo Místico de Cristo - todo ele é constituído pelos outros membros, por vários "outros". Não são só as minha orações que me sustêm, mas as orações dos outros - tanto da Igreja Triunfante como da Igreja Militante. Todos nós ajudamos-nos a suster mutuamente porque somos um só Corpo, o Corpo daqu'Ele que nos sustem em Vida.
Apesar de pertencer a um Corpo, às vezes sinto-me como um membro amputado. Não sinto aquela sensação de comunidade, de comunhão, com os meus irmãos e com as minhas irmãs em Cristo. Sendo (de certo modo) um elemento isolado, sinto com maior facilidade as visicitudes de viver no mundo enquanto tento não ser dele. Muito dificilmente encontro o apoio e o reforço que vem da vida em comunhão com os que têm uma identidade comum. Qual é a identidade de um Cristão? Não será Cristo? Não somos suposto ser um icone da Palavra de Deus, do Filho muito amado? E no entanto olho à volta e vejo uma identidade estilhaçada, onde cada um a tenta definir conforme a sua vontade. Isto parece-me diabólico, no sentido literal da palavra - os membros dividindo-se, separando-se um dos outros, em vez de manter a união. Talvez não seja só diabólico em sentido literal...
Somos um só Corpo, uma só Igreja. Mas cada igreja deve ser um icone da Igreja única. Na paróquia mais pequena devemos conseguir encontrar todo o rebanho, espalhado por toda a terra. Existe união nas nossas paróquias, existe verdadeira comunhão? Em suma: existe vida nas nossas paróquias? Não consigo responder a esta pergunta. Só posso dizer que reconheço o problema porque faço parte desse problema. Não pertenço a nenhuma paróquia em específico (durante a semana vou à Missa a duas paróquias diferentes dentro da mesma cidade, e ao Domingo vou a outra noutra cidade); sou uma ovelha que vagueia. Não participo na vida das paróquias que frequento (se é que ele chega a existir), não chego a criar laços nem a envolver-me com os demais (pelo menos não na minha cidade). E porquê? A explicação - e é isto de que se trata, um explicação e não uma justificação - é bastante simples: ortodoxia. Tenho dificuldade em encontrar pastores que se "limitem" a dar ao seu rebanho aquilo que lhes foi entregue, sem o adulterar, sem o adoçar, sem o maquilhar, ou até às vezes sem o alterar. A eles foi encumbido a missão de transmitir a Vida; por meio deles a Vida deve chegar até nós e ser cultivada. Será por isso que não há vida nas paróquias? Porque os pastores deixaram de a transmitir? Saliento aqui que por vida nas paróquias não quero dizer vivacidade no sentido superficial, mas algo que vai mais fundo. Reconheço o problema, assim como a minha responsabilidade nesse problema. O que estou a fazer para o resolver?
Mas consta que não é assim pelo resto do mundo, pelo menos não de forma tão agravada. Falando com Cristãos de outros países onde eles são uma minoria, eles dão testemunho de uma maior entreajuda, de um maior sentido de pertença, de uma vida mais cheia do Espírito. Será porque vivem, de certa forma, sobre ameaça constante que existe esta comunhão mais perfeita relativamente à nossa do mundo Ocidental? Têm uma identidade comum; têm uma Tradição com a qual não cortaram abruptamente, que os liga ao passado, guiando-os para o que há-de vir, guiando-os para Cristo. Não será isso que nos falta a nós? Diz o adágio "não se sabe para onde se vai se não se sabe de onde se veio", e cada vez mais acredito que isto seja verdade, em todos os aspectos das nossas vidas.
Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende misericórdia de nós e salvai-nos.
2009/08/09
Extreme Pilgrim
O "apresentador" era um reverendo anglicano, de uma paróquia na Inglaterra. Em cada episódio o reverendo visitou uma tradição "extrema" de determinadas religiões: 1º) Monges budistas na China; 2º) Sahdus hindus na India; 3º) Monges e ermitões cristãos no Egipto. A premissa por detrás do programa era a seguinte: O reverendo dizia que na Inglaterra tinha-se perdido a espiritualidade, o contacto íntimo com Deus, de modo que ele ia tentar procurá-lo noutras religiões, nas suas tradições mais extremas. Segundo ele, tinha que as experimentar para descobrir a sua verdade.
Com os monges budistas, o reverendo queria encontrar a paz interior que se diz que o Zen proporciona. Através do kung fu, após o que creio que foi um mês, ele disse que tinha chegado a uma espécie de "vazio interior" – qualquer coisa como uma “não-existência” - da qual sentia uma grande paz. Na India juntou-se aos homens sagrados - os Sahdus - para encontrar a dita "auto-iluminação". Depois de ter sido iniciado nessa tradição do Hinduismo (e de se ter espantado do Hinduismo ser tão hierarquico), foi deixado numa gruta numa vila nos sopés das Himalaias. Pensava que lá estaria em silêncio, para se sentir uno com a criação, mas admirou-se com o quanto era esperado de si pelos aldeões da vila, de como o viam como um lider espiritual. Questionou-se se deveria ser esse o seu papel na sua paróquia, enquanto reverendo na Igreja da Inglaterra, mas não adiantou muito essa linha de pensamento por "não estar com paciência para isso". Entretanto adoeceu e não pôde continuar esta étapa. Por último, foi passar um mês sozinho numa gruta no deserto do Egípto, perto do mosteiro Cristão mais velho do mundo, fundado pelo Santo António do Deserto. Curiosamente, a sua própria tradição Cristã foi a que mais o “revoltou”. Dedicou o tempo durante esse mês que passou em isolamento na gruta à oração, a meditar [uma meditação diferente do que praticou nos episódios anteriores; talvez a nossa contemplação seja mais semelhante a essas] sobre a sua vida, e nota-se visivelmente que isso o afectou, pois as marcas ficaram-lhe aparentes na cara. Ao longo das semanas o reverendo revoltou-se com o facto de haver pecado, de termos de viver para Deus, da vida ser uma batalha constante com os demónios que nos tentam fazer perder o caminho da salvação. Mas, no fim, ele compreendeu (ou pelo menos pareceu vir a compreender) o valor do silêncio do deserto, e a paz que daí poderá advir.
Comentários:
Não vou deixar de negar que acho bastante estranho um reverendo, um líder espiritual de um igreja, tentar procurar uma vida espiritual fora da sua própria religião. Leva-me a questionar: será que ele realmente percebe a sua própria fé? Será mais um sinal do relativismo que infelizmente abunda no mundo nos dias de hoje, que se infiltra mesmo na própria religião, tentando as pôr todas ao mesmo nível? Se acreditas – se realmente acreditas - que Deus se fez homem para salvar o Homem, porque procurar em outros lugares a Verdade, quando se sabe que nesses lugares ela poderá ser incompleta ou praticamente inexistente? E quem viu este documentário, qual é a mensagem que ele lhe transmite? Seria que os produtores estavam de facto a tentar passar uma mensagem relativista?
A própria premissa de que ele tinha de as experimentar para testar a sua verdade levou-me a questionar: será que o reverendo acha que somos os arbitros finais da Verdade, que a nossa experiência pessoal e subjectiva é o suficiente para determinar o que é Verdade e não é, e que ela não existe fora de nós?
Às vezes ficava com a ideia de que o apresentador estava perdido, de que nem ele próprio sabia o que andava em busca. Parecia sentir-se mais à vontade nas duas primeiras tradições, onde tudo era fruto do trabalho do homem, sem intervenção divina (e até chegou a comentar uma vez que o Zen fazia mais sentido pois não se tem que recorrer a Deus e podemos tomar os louros pelo esforço), do que na sua própria tradição. Aliás, ele parecia nem conhecer a sua própria tradição, pois ainda comenta várias vezes que “não gosta desta teologia em que se está em guerra com as paixões e com demónios”.
As três tradições falam-nos de esvaziamento. Mas, em meu entender, o esvaziamento Cristão – o kenosis – é algo muito diferente do esvaziamento proposto pelo Budismo e pelo Hinduismo dos Sadhus. Enquanto que o esvaziamento proposto por este últimos visa a “dissolução do ser” até se unir/confundir com a criação – um esvaziamento que não oferece nada para preencher novamente - não é isso que o kenosis nos oferece. De facto, o kenosis não é um esvaziamento total, mas um esvaziamento do pecado que existe em nós, dos nossos apetites e afins. Esvaziando-nos deste “recheio”, mais facilmente Deus nos poderá preencher, e nós fazermos depois a Sua vontade: em suma, para nos divinisarmos (theosis). Não perdemos a nossa unicidade. É um esvaziamento de morte para sermos preenchidos com Vida. Nos outros conceitos de esvaziamento, quer-me parecer que isso não é o caso. Esta procura de fusão com a criação, com a “dissolução do ser”, parece-me mórbida; parece-me revelar uma insatisfação mórbida com o nosso próprio ser, pois procura-se anulá-lo para corrigir essa sensação (que é mais que uma sensação; é a realidade do Pecado) de que algo está mal com o Homem.
E talvez seja por isso que estas religiões orientais sejam tão atractivas para o Homem Ocidental actual. Vivemos numa sociedade que rompeu a sua ligação com o passado, que se deixou ir na onda do relativismo moral, que vive apenas para o prazer momentâneo, que deu origem a filosofias nihilistas, que não vê um sentido último para a vida. Há um imenso mau estar, e isso nota-se no que se passa à nossa volta. Quando não se vê sentido nenhum para a vida, acho que é apenas lógico que o passo seguinte seja desejar deixar de existir. E daí o atractivo deste esvaziamento.
Vivemos numa sociedade moribunda. Como Cristãos, temos o dever e a obrigação de lhe levar a Vida da Cruz.
Deixo-vos aqui o último episódio do documentário, para quem tenha curiosidade. Vale a pena ver.
2009/07/09
2009/06/29
2009/06/27
Avaliação
2009/06/24
Inquietações
Hoje são estas as coisas que me perturbam a alma...
2009/06/23
Nestas alturas a última coisa que quero fazer é rezar. Mas precisamente porque não me aptece é que o devo fazer. É nestas horas que a nossa fé é posta à prova; é nestes momentos que Ele quer que recorrámos a Ele. Só peço é que Deus me dê a sabedoria para poder usar esta cruz que carrego em benefício dos outros.
2009/06/11
Ponto de situação
Nota: Se por acaso aqui tiver dito algo que vá em qualquer maneira contrar os ensinamentos da Igreja, agradeço que o salientem para eu o poder corrigir.
2009/06/02
Ao acordar
(Sl 95, 8-9)
2009/06/01
Começo
Este últimos dois anos têm sido um aprofundar a minha fé, tentar perceber o que ela é, o que ela não é, donde vem, para onde me leva, etc. E ontém la fui receber, com muito alegria no meu coração, o último sacramento de iniciação - o Crisma. Era uma alegria que gostaria de ter compartilhado com os meus pais, mas eles não quiseram estar presentes (lá devem ter tido os seus motivos, embora não explicassem porquê). De qualquer maneira, pude compartilhar com outros que também me são queridos. A missa durou cerca de duas horas e um quarto, mas nem me apercebi. Ali estava eu, entre tantos outros, para receber o sêlo do Espirito Santo. Ainda foram baptizados 5 catecúmenos. Foi maravilhoso poder ver mais cinco irmãos a tornarem-se membros de um só Corpo. E isto não é apenas mero floreado retórico; é facto. É interessante como Deus nos chama mesmo ainda não fazendo parte do Corpo de Cristo, como nos vai dando graça suficiente para encontrarmos o caminho até casa. Realmente os caminhos d'Ele não são os nossos. Temos exemplo disso nos Actos, em que Cornélio é primeiro baptizado pelo Espirito e só depois é que lhe é "regularizado a situação" com o baptismo com água.
Lá chegou a minha vez, ajoelhei-me diante do Sr. Bispo e ele aplicou a crisma. Atingi a "maioridade". Mas mais do que o terminar de um percurso, sinto que é apenas agora que ele realmente começa. Sinto que aqui é o ponto de partida. Sei que há muitos para quem este era o destino final, e por esses que decidem apagar as suas velas peço a Deus que os ilumine e proteja, que os conduza de novo a casa.
2009/05/13
2009/04/28
É como a árvore plantada à beira da água corrente:
dá fruto na estação própria
(Sl 1,3)
Penso que nunca é suficiente recordar-me que, desde que ande pelos caminhos do Senhor, custe o que custar, que Ele não me desamparará e me sustentará quando mais precisar d'Ele. Quanto à folhagem que não murcha, será que eu transmito a "verdura e vivacidade" que vem de esperar em Deus, de ser alimentado por essa fonte de águas vivas? Deus me dê graça para melhorar nesse aspecto.
2009/04/26
Pensamentos soltos
Não sei porquê, não me deixa de vir à ideia uma prática dos Judeus, no único dia em que o sumo -sacerdote entrava no "Santo dos Santos" do Templo: atavam-lhe uma corda para o puxar para fora, caso morresse lá dentro...
2009/04/24
2009/04/13
Batendo na mesma tecla
- Que a qualidade da minha oração não depende da minha experiência subjectiva dela;
- Que amar é um acto da vontade humana, não é um sentimento.
Balanço
A única coisa a lamentar é que em casa não se viveu a Páscoa. Gostaria que todos pudessem ter partilhado comigo a alegria daqueles dias, da esperança que a Ressureição me transmite. Gostaria que pudessem ter vivido o que eu vivi. Apesar de ter sido um dia de almoço em família, foi apenas "mais um dia". É um pouco irónico que à medida que os anos foram passando e o dia foi perdendo mais e mais o "sentido" para a minha família (se é que alguma vez o teve), para mim tem vindo a acontecer o contrário. Mas mais Páscoas virão e, se Deus quiser, com eles Deus me ajudará a transmitir o seu verdadeiro sentido à familia, para que eles também possam acreditar, amar a Cruz, e encontrar repouso em Cristo.
2009/04/11
2009/04/08
Exame de consciência original
- 4O amor é paciente,
- o amor é prestável,
- não é invejoso,
- não é arrogante nem orgulhoso,
- 5nada faz de inconveniente,
- não procura o seu próprio interesse,
- não se irrita nem guarda ressentimento.
- 6Não se alegra com a injustiça,
- mas rejubila com a verdade.
- 7Tudo desculpa, tudo crê,
- tudo espera, tudo suporta.
2009/04/05
Na multidão
E isto mexeu comigo. Fez-me pensar em como vai o mundo actualmente. A crise financeira vai tendo as suas repercuções principalmente a nível económico e social. O que aconteceu foi que finalmente se começou a reparar no elefante que estava no meio da sala e que ninguém queria admitir que estava lá. Não é algo que aconteceu de um momento para o outro, mas algo que já vem desde há bastantes anos, crescendo até se tornar grande o suficiente para já não se poder negar. Fála-se numa crise financeira, e haverá que resolvê-la com técnica. Quer-me parecer que isto é uma visão demasiado superfícial do problema. Mais do que uma crise financeira, estámos perante uma enorme crise moral, e não será apenas a técnica que conseguirá resolver o problema (se fôr esse o caso, mais cedo ou mais tarde voltaremos ao mesmo). Culpam-se o "grandes interesses económicos" e o egoísmo de alguns (ou de muitos, quiçá), e justamente. Mas não é só culpa dos outros. Não será tanto (ou talvéz até mais!) a culpa de nós Cristãos por não estármos à altura de Cristo? Não estaremos nós demasiado acomodados ao mundo que nos rodeia? Realmente vivemos aquilo que professámos? Quer-me parecer que talvez não tenhamos dado testemunho da nossa fé... É caso para pensar...
2009/03/30
Divagações
2009/03/26
2009/03/25
A Anunciação
Mas Cristo também quer se fazer presente no mundo através de nós. Saibámos imitar a Maria, para que o Espírito Santo encontre em nós também um terreno fecundo.
2009/03/24
Cansaço
Não é ira nem amargura que me surge ao ler sobre estes ataques, mas sim tristeza e pesar de ver um corpo dividido, em que os membros se tentam "morder e devorar". Esse p esar provoca cansaço, e esse cansaço só vai encontrando algum alívio na oração, pedindo unidade e caridade para todos os membros.
Outra das coisas que me tem criado algum cansaço é ser acusado de ser algo que não sou. Acusam-me de ser "antiquado", "elitista", "retrograda", "reacçionário", e outras coisas a fins. E tudo isto a propósito de quê? Da Liturgia, imagine-se... Enquanto estive fora tive oportunidade de assistir umas quantas vezes à Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano. Tinha ido inicialmente por curiosidade, para ter uma ideia do que era. Mas o que acabei por encontrar foi uma forma mais profunda (pelo menos para mim) de viver a Eucaristia. É um rito carregadíssimo de simbolismo, e que me deixou com uma sensação de pequenez. Saí, das várias vezes que fui assisitir, a sentir-me realmente muito pequeno. E não digo sentir pequeno em sentido negativo, mas em sentido positivo, de me sentir pequeno diante da magnificiência de Deus, de me sentir humilde e muito grato por tudo quanto tenho. Nunca tinha sentido isso em nenhuma missa na Forma Ordinária do Rito Romano. E depois tive a oportunidade de assistir a uma missa cantata na Forma Ordinária, e mais umas quantas missas "normais" na Forma Ordinária na mesma igreja. E a sensação com que fiquei foi a mesma - de pequenez. E por mais simples que estas missais normais podessem ser, pareciam diferentes de todas as missas na Forma Ordinária a que tenho assistido. Não estou a sugerir que as outras tenham sido missas inválidas, mas apenas que não senti o mesmo que naquela igreja. Fiquei com ideia de que era assim que se pretendia que a missa de Paulo VI fosse celebrada. Sei que a Forma Ordinária (ou Novus Ordo, conforme lhe queiram chamar) tem como intenção aproximar-nos mais da missa conforme celebrada pelos primeiros Cristãos. E, de facto, com o que tenho lido sobre as liturgias dos primórdios da Igreja, a Novus Ordo é bastante semelhante. Mas aquelas missas "normais" a que assisti naquela igreja também transmitiam uma continuidade com as outras formas (leia-se ritos) romanas que vieram após os tempos primordiais da Igreja; as outras a que tenho assistido não me têm transmitido essa sensação de continuidade.
Pois bem, certeris paribus, eu não tenho preferência entre os dois ritos. Acho que ambos, quando realizados com reverência, conseguem-nos transportar para além de nós mesmos e deixam-nos vislumbrar um pouco do transcendente. Mas, dado a maneira como são muitas das missas Novus Ordo a que assisto, se tiver de escolher entre uma das duas formas, escolherei a forma Extraordinária. E foi esta a opinião que apresentei a algumas pessoas enquanto tentava descobrir onde poderia assistir a uma missa Tridentina legtima (sempre há a FSSPX, mas enquanto a situação deles não estiver resolvida, não são uma opção) em Portugal. Ora, isso aliado a um certo carinho por algumas manifestações mais "antigas" da fé, foi o suficiente para eu ser visto como uma persona non grata, como sendo anacrónico, e sem lugar na Igreja dos dias de hoje. Ainda levei por tabela a acusação de que não aceito o CV2 (acusação mais que falsa pois aceito a validade de todos os concílios desde os primórdios até hoje)! Não entendo o motivo de tal hostilidade. Causa-me um bocado de espécie estas pessoas que acusam os outros de não estarem em sintonia com a Igreja porque não concordam com a sua interpretação pessoal do CV2. Quase que parece que crêem que o CV2 é um super-dogma, e que tudo o que veio antes não conta, que se rompeu com o passado. Parece-me que não têm uma imagem holística da Igreja. E estas acusações, aliadas ao facto de eu não encontrar ninguém nas redondezas que partilhe da mesma opinião, ferem e desgastam e isso por sua vez também causa cansaço. O único lugar onde este cansaço se vai aliviando é na oração e na Eucaristia.
2009/03/20
"Ego te absolvo"
Só como curiosidade, parece que os nossos irmãos de ritos Orientais se confessam virados para um iconostasis, estando o padre de lado. A ideia por detras deste rito é que um está-se a confessar a Deus estando virado para o iconostasis e que o padre serve de testemunha ao facto (dando a absolvição no final).
2009/03/19
Quando foi que a vida Cristã passou a ser algo merecedora de ridicularização?