2009/04/13

Balanço

Este ano, pela primeira vez, realmente festejei a Páscoa. Apesar de estar quase a fazer dois anos que regressei à Igreja, o ano passado a Páscoa foi um pouco mal vivida. Por um lado, a época Quaresmal, sendo a primeira, não foi vivida não sua plenitude porque ainda não estava inteiramente dentro do seu significado; por outro lado, a época do Triudo Pascal também não correu muito bem pois passei-a doente.
Mas este ano tal já não aconteceu. Estando já mais informado sobre a Fé, e devido ao longo do último ano ter indo aprendendo a melhorar a oração, já consegui viver uma melhor Quaresma. Esta Quaresma, com o tempo dedicado à oração, ao jejum, e à esmola, aos poucos fui-me conhecendo melhor, iluminando certos aspectos da minha vida com a Cruz e descobrindo a necessidade de Jesus entrar onde eu antes pensava não ter necessidade d'Ele. Foi época também para perceber melhor o que é isto de Deus nos chamar a ser santos. O Triúdo também foi bem vivido. Foram dias de sentimentos "confusos": por um lado havia uma sensação de tristeza, devido à realização de ser co-responsável por todo o sofrimento do Senhor; mas por outro lado, sentia uma enorme alegria porque sabia que foi através desse sofrimento que Jesus venceu a Morte morrendo e nos deu a Vida. Na missa da Vigília Pascal fui invadido por uma alegria enorme, e enquanto se rezava a ladaínha dos santos, apercebi-me de que todos eles estavam ali em oração também connosco, que a Igreja Triunfante estava unida à Igreja Militante em oração e celebração. Aproveitei também para rezar pelos meus "antigos" colegas de preparação para o Crisma que deixei do outro lado do oceâno, que nessa noite muitos deles eram recebidos no seio da Igreja.
A única coisa a lamentar é que em casa não se viveu a Páscoa. Gostaria que todos pudessem ter partilhado comigo a alegria daqueles dias, da esperança que a Ressureição me transmite. Gostaria que pudessem ter vivido o que eu vivi. Apesar de ter sido um dia de almoço em família, foi apenas "mais um dia". É um pouco irónico que à medida que os anos foram passando e o dia foi perdendo mais e mais o "sentido" para a minha família (se é que alguma vez o teve), para mim tem vindo a acontecer o contrário. Mas mais Páscoas virão e, se Deus quiser, com eles Deus me ajudará a transmitir o seu verdadeiro sentido à familia, para que eles também possam acreditar, amar a Cruz, e encontrar repouso em Cristo.

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