2010/02/19

Quarta-feira de Cinzas

Chegou mais uma Quarta-feira de Cinzas.; mais outra Grande Quaresma. A Igreja oferece-nos todos os anos este período de preparação, mas nunca parece ser suficiente, o tempo nunca parece chegar, etc. Mais uma vez notei que a igreja estava excepcionalmente cheia, o que acho curioso num dia que não é considerado dia de obrigação. Continuo a não perceber porque é que se adiam dias de obrigação ou festas maiores para o Domingo quando calham durante a semana, justificando assim com uma maior presença dos fieis, se num dia a meio da semana as igrejas repentinamente encontram-se repletas... Mas enfim, já estou a divagar.

O Salmo responsarial foi, como não podia deixar de ser, o Salmo 51(50), o Miserere. Penso retratar bem o espírito que deve habitar em nós especialmente nesta altura da Quaresma.

Gosto particularmente da imposição das cinzas; os nossos irmãos Orientais e Ortodoxos não a têm. «Convertei-vos e crede no Evangelho» e «Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás», são estas as palavras que ouvimos ao recebê-las. Palavras que nos devem acompanhar todos os dias. É deveras curioso notar que num país tradicionalmente Católico alguém a andar pela rua com as cinzas na sua testa seja alvo de atenções indesejadas. Sinais do tempo, quiçá. Antes de terminar acho que nunca é de mais relembrar: a Quaresma não é uma época para embarcar pelo Pelagianismo. Não é sobre o que EU consigo fazer, nem o que EU consigo mudar. É um tempo de reparar no que eu não consigo fazer nem mudar sozinho, que essencialmente é tudo. É um tempo especialmente dedicado para nos preparamos para o grande Mistério da Cruz.

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